
Escolas estaduais mostram bons resultados em ações com rede de apoio na prevenção e combate à violência no ambiente escolar
“Adolescente é atingido na barriga com canivete durante briga em frente à escola em Pouso Alegre”. Essa foi uma manchete repercutida recentemente em um jornal do Sul de Minas. O caso, que assustou a comunidade escolar, despertou uma ação rápida da direção da escola que, por meio da rede de apoio, formada por vários setores […]

“Adolescente é atingido na barriga com canivete durante briga em frente à escola em Pouso Alegre”. Essa foi uma manchete repercutida recentemente em um jornal do Sul de Minas. O caso, que assustou a comunidade escolar, despertou uma ação rápida da direção da escola que, por meio da rede de apoio, formada por vários setores da sociedade, é um exemplo de como o diálogo pode trazer alternativas e ações para promover a paz nas escolas.
Atualmente, a Escola Estadual Virgília Paschoal e demais unidades da circunscrição da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Pouso Alegre, ganharam outros ares. As estratégias e ações de combate à violência no ambiente escolar têm sido disseminadas pela Rede de Apoio, que tem como participantes o colegiado escolar, pais, alunos, professores, associações e órgãos do Poder Público, como Conselho Tutelar, Polícia Militar, Promotoria de Justiça, e a Secretaria Municipal de Assistência Social, com o CRAS e CREAS que pode, caso necessário, oferecer o acompanhamento psicológico ao estudante envolvido em ato de violência.
Quatro escolas da SRE Pouso Alegre já têm trabalhos sendo desenvolvidos pela Rede de Apoio. “Nesses encontros, surgem as estratégias de proteção tanto dos estudantes e profissionais da escola quanto da comunidade do entorno. Estamos em parceria com uma universidade que vai disponibilizar psicólogos para ir às escolas realizar rodas de conversas com os estudantes. O objetivo é acolher os estudantes em situação de violência domiciliar ou de rua e até mesmo em situações emocionais”, ressalta a Superintendente Regional de Ensino (SRE) de Pouso Alegre, Clicia Maria Beraldo Nadalini Hart.
O diretor da EE Virgília Paschoal, Douglas Rodrigo Moreira, reforça a importância de ter alternativas pacíficas e não de embates para tratar os problemas. “Fizemos uma reunião com os pais para informar que na prática educativa atual a solução não é a expulsão do aluno. Existe uma legislação que seguimos. A escola e a comunidade tem que buscar alternativas, de imediato, para a prevenção da violência”, explica o diretor que pontua, ainda, sobre o papel dos pais e responsáveis neste processo.
“Ressaltamos a aplicabilidade do Regimento Interno da escola e, caso os pais não compareçam às reuniões, acionamos o Conselho Tutelar para exigir a participação dos responsáveis na vida escolar do estudante”, conta Douglas.
Já foram desenvolvidas nas escolas, palestras de conscientização das famílias e estudantes sobre os direitos e deveres como cidadãos; houve divulgação e ampliação dos canais de atendimento psicológico à comunidade; ampliação do apoio e ação do Conselho Tutelar na escola; sobre cuidados com o uso do celular nas dependências da escola; além do incentivo ao uso do uniforme escolar por todos estudantes, buscando apoio para o fornecimento àqueles que não possam adquirir.
“Fake News” sobre massacre também foi tema para Rede de Apoio
As “fakes news” com ameaças de massacre disseminadas em grupos de redes sociais também é tema discutido nas reuniões da Rede de Apoio. Em Minas Gerais, diversas escolas têm sido vítimas das falsas ameaças que resultaram em cancelamento de aulas e averiguação policial.
Um falso anúncio de massacre ocorreu na EE Vereador Joaquim Borges da Costa, em Careaçu, e gerou pânico no pequeno município. “A Polícia Militar tem ido às escolas e tendo momentos de conversas com os alunos em sala de aula. Eles orientam e essa proximidade tem conseguido reverter o abalo psicológico e o medo dos nossos estudantes e familiares”, conta a superintendente de Pouso Alegre, Clicia Hart.

Nessa escola, o promotor do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Alexandre Rezende Grillo, palestrou para os pais e responsáveis sobre a importância do acompanhamento das famílias e sobre o abuso do uso dos celulares dentro do ambiente escolar. “Antes da escola vem a família. É a família que entrega os filhos para que fiquem aos cuidados da escola. A escola é um complemento natural da família. Por melhor que seja o ambiente escolar, não irá render frutos se o aluno vem de uma má formação familiar. São vasos comunicantes”, ressalta o promotor que falou, também, sobre o uso do celular.
“Em sala de aula o celular deve ser utilizado quando solicitado pelo professor por necessidade pedagógica. É preciso ter um controle sobre essa ferramenta tecnológica que muito pode ser utilizada para o bem como para o mal”, pontuou o promotor que teve apoio dos pais.
Convivência Democrática e Núcleo de Acolhimento
Além de atividades desenvolvidas pela Rede de Apoio, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) conta com importantes parcerias em iniciativas dessa temática, como o Programa de Convivência Democrática, que procura defender e garantir os direitos humanos nas escolas, além de promover o respeito às diversidades e uma escola acolhedora, por meio de uma convivência democrática.
Além disso, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) também atua rotineiramente no ambiente escolar, por meio de programas com a Patrulha Escolar, que realiza rondas preventivas no entorno das unidades de ensino, propiciando um ambiente mais seguro para a comunidade.
Outra importante ação da SEE/MG é a implementação dos Núcleos de Acolhimento Educacional, onde atuarão psicólogos e assistentes sociais, que estará presente em todas as 47 regionais de ensino do Estado. Os Núcleos de Acolhimento Educacional vão auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, com o objetivo de prevenir e minimizar os problemas educacionais, além de orientar a equipe gestora na mediação de conflitos. Eles funcionarão em escolas-polo e farão um trabalho itinerante nas escolas da região, atuando de acordo com a demanda. Foram priorizadas as cidades cujas escolas e regionais apresentaram mais registros de situações de violação de direitos dos estudantes na rede estadual de ensino.
*Este conteúdo não ficou disponivel durante o periodo eleitoral, em cumprimento a legislação.